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terça-feira, 10 de junho de 2014

Amar é ser totalmente, ligar-se a outro da essência à superfície. Mas quem sabe o que é, logo além da superfície? Para a grande maioria de nós (e da mesma forma que as razões essenciais do próprio ser), o amor acaba sendo sempre um segredo guardado embaixo de desejos, sonhos e ideais, tão reluzentes quanto irreais - e não necessariamente direcionados à pessoa certa. Dentro de cada um sempre está (estritamente) um outro alguém, um fluxo energético que alimenta sensações, visões, idéias, na partilha de um único mar sutil, com uma certa música particular, indefinível... mas que quem sabe ouvir? A ama B que transa com C que sonha com D que se diverte com E que não se confessa a F, que tem raiva do amor... Nossos radares em geral no máximo detectam beijos, cheiros, corpos, linhas, palavras que estimulam memórias que querem reviver; temos mais prática na ilusão do que na verdade, e em toda superfície planta-se uma nova miragem, em todo o presente germina um novo espelho do passado, enquanto no íntimo espiritual de cada um, na presença que nunca se soube sondar, está um dos laços de uma dança mundial, onde todos alternamos, subliminarmente, em pares. Nos faltam sentidos ao sublime...

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