Quando chega o anoitecer,
toda cor se neutraliza,
e só a lua irá guardar
a luz do sol que se ameniza;
O pardal já não celebra
tons que, de dia, observa.
pois é hora do descanso,
onde a vida se reserva.
Diminui-se meu desejo,
esqueço ter e pertencer,
enquanto lembro um pouco, ainda,
o velho medo de morrer;
Deixo desaparecer
essa vida afirmação
dou espaço ao descanso,
adentrando a solidão.
Quando tudo se ameniza,
perco a imagem onde fito,
e meus pés, tocando o chão,
já se distraem do atrito;
quando tudo se esvainece
já não sou tão sensorial,
pois é hora em que descanso
do contato com o real.
Nessa hora de silêncio
dou vazão à inspiração,
pois já o sol levou bem longe
meu esforço de ação;
Essa é hora de contato
com sublime consciência;
cruzo a hora de descanço:
sinto paz e transcendência.
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